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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

A fala indevida é uma flecha



A fala indevida é uma flecha

Que não erra o alvo, inda destrói

Se ela não conseguir no momento

Com o tempo, aos poucos ela corrói


É uma coisa das mais perigosas

Parece fogo, mas nem água apaga

Se tentarmos fazer uma boa correção

Mais alastra, e vai virando uma praga


A corrosão é de dentro para fora

Bem onde funcionam as faculdades

Por mais que a gente busque entender

Parece ir só aumentando as dificuldades


Quando uma fala complica

Um cento não adianta, não explica

Pode desistir e esquecer para sempre

É como querer acabar com capim tiririca


Arranca uma batata tem outra

Pensa que arrancou todas, enganou

No outro dia a gente acorda tranquilo

Vê e assusta com quantidade que brotou


Dizem que o recurso é um porco

Literalmente em se tratando do capim

A fala que compromete vira uma trança

Que nem uma porcada conseguiria dar fim


Acho melhor parar enquanto cedo

A noite está chegando, convém eu calar

Se alguém tiver dúvida ao ler o meu escrito

Favor, não faça pergunta, não quero fofocar


Coelho

Em 22.06.2017 às 21:47 hs


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