Convidei a Catirina
Para vir dormir comigo
Roncar a noite inteirinha
E não correr nenhum perigo
Catirina me respondeu
Você é bom só de garganta
O que é que eu vou fazer aí
Com esse seu negócio que não...
Eu expliquei para a bendita
É que acostumei com uma só
Aí, o que era pura madeira de lei
Na falta, virou um pedaço de cipó
Mais uma vez me retrucou
Não me amole mais, tenha dó
Se continuar amolando, já sabe
Vou aí pego esse trem e dou um nó
Essa hora eu perdi o rumo
E o medo da bendita chegar
Comecei a minguar o meu papo
E disse, não venha, já vou zarpar
A bendita é muito esperta
Chegou muito antes de eu sair
E fiquei naquele beco sem saída
Aguenta: você me chamou pra dormir
Falei, mais ieu tava é sonhano
Foi puriço memo qui ieu falei, ué
Tá caçano esse negóço cá cumigo
Pode dexá ieu, num quero mais muié
A coisa apertou, comecei falar errado
Ela vendo que sou bobo vai desanimar
Hoje em dia, é muito difícil dar um jeito
Mas quando não temos saída, é inventar
Coelho
Escrito: não me lembro quando!
Transcrito em 10.07.2018 às 19:14 hs
Comments