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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

Convidei a Catirina


Convidei a Catirina

Para vir dormir comigo

Roncar a noite inteirinha

E não correr nenhum perigo


Catirina me respondeu

Você é bom só de garganta

O que é que eu vou fazer aí

Com esse seu negócio que não...


Eu expliquei para a bendita

É que acostumei com uma só

Aí, o que era pura madeira de lei

Na falta, virou um pedaço de cipó


Mais uma vez me retrucou

Não me amole mais, tenha dó

Se continuar amolando, já sabe

Vou aí pego esse trem e dou um nó


Essa hora eu perdi o rumo

E o medo da bendita chegar

Comecei a minguar o meu papo

E disse, não venha, já vou zarpar


A bendita é muito esperta

Chegou muito antes de eu sair

E fiquei naquele beco sem saída

Aguenta: você me chamou pra dormir


Falei, mais ieu tava é sonhano

Foi puriço memo qui ieu falei, ué

Tá caçano esse negóço cá cumigo

Pode dexá ieu, num quero mais muié


A coisa apertou, comecei falar errado

Ela vendo que sou bobo vai desanimar

Hoje em dia, é muito difícil dar um jeito

Mas quando não temos saída, é inventar


Coelho

Escrito: não me lembro quando!

Transcrito em 10.07.2018 às 19:14 hs


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