Custei muito a entender
O que eu achava tão bonito
O pai chamava o filho de amigo
Jamais imaginava em tão perfeito dito
Que verdade mais absoluta
Com o amigo não temos obrigação
O que Importa pra gente é ter um
Com ele não se gasta, é só consideração
Nem mesmo se acaso precisar
Ele é que se vire pra lá, comigo não
É bem sabido que filho feio não tem pai
O meu, apesar de bonito, é só um amigão
Tanto que já nem me pede nada
Sou aquele amigo que ele bem conhece
Cá pra nós, só porque eu sou o seu pai
Assumir compromisso, ninguém merece
Meu negócio é estar numa boa
Se quiser algo, que corra à vontade
Quando pequeno eu já fui saindo fora
Agora então, não conte mais, tem idade
Estar numa boa como eu disse
É namorar muito e quantas eu quiser
Agora, se por ventura aparecer um filho
Quem vai aguentar as pontas, é a mulher
Dizem que quem faz uma vez
A coisa fica fácil pra fazer um cento
E tudo isso pra mim tanto faz como fez
Meu coração não dói nenhum momento
Aquelas palavras tão enfáticas
Ainda soam até hoje no meu ouvido
O pai que não honra um filho como deve
A meu ver, não merece sequer um amigo
Eu coelho: lembro da minha avó
Dizia: homem que chora não presta
Muitas vezes vi aquele homem chorar
Não é que minha avó estava muito certa
Coelho
Em 27.07.2018 às 19:45 hs
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