Esse vovô, eu não sei não
Acho que só sabe fazer poesia
Ele deve amar minha vó de montão
Só fica naquele computador todo dia
São palavras da minha netinha
Tão pequena e parece perceber
É muito grande o amor que carrego
Até uma criança consegue entender
Amor é amor, e não há engano
Ainda que a gente queira esconder
Quem ama, não precisa sair gritando
O mundo inteirinho consegue ver
Nesse assunto, queria ser o artista
Pra fazer o papel sem me envolver
Até que tentei, mas não deu certo
E o amor invadiu todo o meu ser
É que um dia encontrei alguém
Tudo mudou, não tinha como fingir
Era o verdadeiro peixe bem fisgado
Por mais que lutasse tinha que sair
Só que o peixe vai pra frigideira
E, às vezes, brasa ou forno de fogão
Eu saí do rio de uma vida de solteiro
Pra morar dentro de um lindo coração
Minha história é igual a da bica
A água passou durante trinta anos
Bica caiu, e ela continuou a passar
Naquele coração, continuo morando
Um deleite, não há como negar
A sorte de morar no centro da vida
Ela também continua aqui dentro
Enquanto eu viver, não terá sua saída
Reciprocidade é uma coisa linda
Ainda mais quando se tem certeza
O sofrimento, às vezes, é muito duro
Mas sou feliz, conheci e vivi essa beleza
Coelho
Em 06.04.2011 às 12:55 hs
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