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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

Fugiu o meu pensamento



Fugiu o meu pensamento

Também, lá se foi a inspiração

Quando levei uma boa bronca

Da pessoa que eu amo de coração


Ao ver uma caneta na mesa

E lá no outro canto, um papel

Só de me ver movimentar de leve

Ela disse: você amor, merece o Céu


Mas, aquele da boca da onça

Já que o outro nem precisa esperar

A não ser que Deus lhe perdoe tudo

E disse bem claro: eu não vou te ajudar


Aí, fiquei bastante sem jeito

E logo entrei com a reclamação

Você é bacana, porém bem apressada

Quem sabe eu ia te fazer uma declaração


Daquelas que falam de amor

Embora fosse um papel rasgado

O amor muda tanto o viver da gente

Que tudo é válido pra um apaixonado


O papel tanto faz: bom ou ruim

Se, perfumado, velho ou com odor

O conteúdo que ele leva que o perfuma

Num papel velho e rasgado, falo de amor


O pensamento que falei de ter fugido

Ao olhar-te me deu vontade de escrever

Tua bronca foi por mim, bem inventada

Uma forma de dizer que te amo pra valer


Se você não gostou, pode me xingar

Agora, se acaso gostou, me xinga também

Na primeira frase me xingue do que quiser

Se for a segunda, por favor: só de meu bem


Aquele meu bem, romântico e todo meloso

Que só quem ama de verdade expressa direito

Oriundo do centro de uma caixinha de segredo

Chamada coração, guardada no centro do peito


Coelho

Em 24.02.2021 às 21:55 hs

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