Ah! Se eu fosse mesmo
Aquilo que pensam que sou
Ia ser igual a um espantalho
Que um dia a enchente levou
Feito pra espantar passarinhos
Virou uma importante divindade
Fez até milagres! Fico pensando
Enganar, nem depende da vontade
Nunca procurei enganar alguém
E muitos já se enganaram comigo
Numa desproporção tão grande, que
Feijão preto e cru virou farinha de trigo
Não sei se isso foi bom pra mim
Em alguma coisa deve ter servido
Se fosse o meu forte tirar proveito
Não tenho idéia do que teria acontecido
Ser bem visto é bom demais
Consegue massagear nosso ego
Por tantas vezes eu ser confundido
Pergunto: Que pinta é essa que carrego
Voltando lá no famoso espantalho
Parece que também vim na enchente
Ele, sendo o que era se tornou um santo
Eu, legítimo Mané Tibiriçá, pareço gente
Não o conhecia, e ficava intrigado
Pensava ser alguém qualquer e todo sujo
Foi observando os últimos acontecimentos
Que consegui ver que eu sou esse dito cujo
Só nunca vou fazer nenhum milagre
Porque logo me declaro a quem se engana
Prefiro ser autêntico passando tudo a limpo
Brincar com a crença de alguém é ser um sacana
Termino com uma ressalva para o boneco
Ele não teve culpa. Não tinha vida, como falar
Esse engano brutal, sempre foi da humanidade
Até hoje, basta ver um vulto, já começa acreditar
Coelho
Em 26.08.2016 às 18:29 hs
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