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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

Minha boca não diz essas coisas


Minha boca não diz essas coisas

Não quero e nem posso consentir

Há muito a consagrei ao meu Senhor

Para falar só o que Ele gosta de ouvir


Dizem que a gente fala o que quer

Então fica bem fácil fazer a seleção

Gente, falar é bom demais, como falo

Faço de tudo pra não dizer um palavrão


Palavrão não é o tanto de sílabas

Pode ser uma só, depende do seu teor

Uma palavra bem selecionada é tão boa

É igual a comida bem feita, ela tem sabor


A boca gosta de comida gostosa

Os ouvidos gostam de palavra macia

Pelo menos esse meu par, posso garantir

As mais usadas, se tivesse jeito não ouviria


Parece um tranque em um carro

Com defeito no arranque para pegar

Os meus ouvidos levam cada paulada

Com esse dialeto que usam como popular


Dizem que pessoa fala do que tem

Ou seja, do que o coração está farto

Imagina na hora de saborear a comida

Tiver aquela porcariada toda no seu prato


É o que acontece com os ouvidos

Que delícia é ouvir palavras de doçura

Se me esqueço, e pronuncio uma indevida

Logo em seguida, vem o sabor de amargura


Outra amargura é não cumprir

O que a gente prometeu de coração

Aquilo que ninguém é obrigado fazer

Todavia, a promessa requer a obrigação


Hei de afirmar nesse meu prisma

Ser o mais fiel possível nessa intenção

Deus deixou-me bem à vontade na vida

Nunca me obrigou fazer a Ele a consagração


E para preencher as possíveis falhas

Ele tem para cada ser de boa vontade o perdão

Desde de que o busquemos com toda sinceridade

Não vale nenhum jogo de empurra ou embromação.


Obrigado, Deus por esta doce e Sagrada inspiração!!!


Coelho

Em 09.07.20 às 12:19hs

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