Na calmaria desta madrugada
Acordei, e aí comecei a meditar
Carrego milhões nesse meu peito
Fortuna que nem rico pode comprar
A riqueza da paz que conforta
Algo que não existe na vaidade
Ter cumprido meus deveres aqui
Pra hoje viver plena tranquilidade
Uma tranquilidade espontânea
De a gente deitar e poder dormir
É o ganho de um dever a contento
Sendo conforto para todo um porvir
Com ela forrei o meu berço
É o lado mais macio do colchão
Nada para perturbar o meu sono
Nem dívida a pagar, nem ambição
Ambição é necessária no viver
Mas precisa que seja bem dosada
A tulha pode ser tamanho gigante
Podem crer, nunca será completada
É a tal chamada bola-de-neve
Que vai encampando o espaço
Como é de imensurável tamanho
Por mais que faremos, falta pedaço
Esse pedaço dependerá de outro
E assim, vai se consumindo a vida
Todo espaço que tentamos preencher
Ambição irá dizer: não deu na medida
E hoje, você já pensa no amanhã
Bom seria numa noite bem comprida
Todo trabalho é maravilha, e faz bem
Porém, precisamos de uma bela dormida
Digo bela, referindo ao descanso
Sétimo dia, Deus também descansou
Buscar primeiro o reino Dele e justiça
E o pão do nosso suor, Ele recomendou,
Trabalhar sim! Sem perdermos a paz
Promessa: suprir nossas necessidades
Lá, vai a pergunta: qual seria a razão
De vivermos mergulhados nas vaidades
É um baita de propósito sem fim
Como disse: a medida nunca completa
Abraçar o mundo igual o urso na panela
Morrendo queimado, só um pobre pateta
Coelho
Em 04.02.2022 às 09:04 hs
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