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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

O que não acaba enjoa



Tudo que não acaba enjoa

Pra mim o que acaba é melhor

Pode ser que eu reclame sua falta

O enjoado, que suma do meu redor

Nem lembra-lo eu quero mais

Quanto tempo vivo na insatisfação

Esse trem não acaba nunca, é sofrido

Pra achar quem o aceite, haja seleção

Pergunta um, pergunta outro

Difícil alguém querer o coitado

O outro novinho pode ser até pior

Gosto não se discute, caso encerrado

Ele nos deixa aquela atenuante

Dura pouco, e seu destino é o lixo

A evolução dá um mais sofisticado

Vem cá, o cheirinho do novo é o bicho

Qualidade, durabilidade nem sei

Não deve ser contado com beleza

Importante é estar na moda, meu fi!

O que conta é a impressão de nobreza

E a paz não encontra seu lugar

Vaga por aí sem destino ou função

Pudera... veja onde ela quer morar

Logo aqui dentro desse meu coração

Escolher o principal lugar

Querendo afagar a minha alma

Aí, a bendita queira me desculpar

É querer muito, melhor ela ter calma

Nisso a vida passa, e bem depressa

Pensa se nem um dia bom acontecer

Que a paz venha nos inundar no todo

O de fabuloso que temos é ela no viver

Eu posso ainda ficar bem velhinho

Se bem que já não estou muito novo

Cada segundo nesta vida é tão lindo

É como um belo pintinho saindo do ovo

Obrigado Senhor, por cada nascer de um novo segundo

E por não ter me deixado vivendo sozinho nesse mundo!!!

Coelho

Em 18.09.2020 às 11:15 hs

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