O vetusto e o venusto
São duas pessoas distintas
Um muito velho e acabado
O outro, novo forte e boa pinta
Por incrível que pareça
Só agora chegou minha vez
O segundo eu não consegui ser
Do primeiro já sou antigo freguês
Digo freguês pelo que passou
Faz um bom tempo que cheguei
Apesar de eu estar é muito feliz
Pelo menos durabilidade alcancei
Ainda bato no meu peito
Alegre, cheio de vida, com razão
Vetusto, venusto, seja lá quem for
Bom que cheguei, a Deus só gratidão
Acho até que de vetusto
Tenho muito mal para a despesa
Se consigo pular um palito de fósforo
Nessa idade, meeeeeu fi!!! Que beleza
Como sempre ouvi dizerem
Desde criança, dos sacos às embiras
Ainda pulo é a caixa cheinha e fechada
Se duvidar, posso provar, não é mentira
Antigo é só o meu invólucro
O interior uma mina a fluir constante
Minha estatura é de pessoas normais
Mas, o meu prazer de ser assim, é gigante
Quando lembro minha idade
Que pensando bem, nem é tanta assim
Vejo as duas mãos poderosas do Senhor
Sobrevoando bem lá nos ares, sobre mim
Obrigado meu Senhor, obrigado
Pelo jovem que está dentro desse saco
Que ele fique todo enrugado, puído, feio
E o moço lá dentro, continue esse barato
Coelho
Em 05.05.2017 às 09:48 hs
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