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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

O Vetusto e o Venusto





O vetusto e o venusto

São duas pessoas distintas

Um muito velho e acabado

O outro, novo forte e boa pinta


Por incrível que pareça

Só agora chegou minha vez

O segundo eu não consegui ser

Do primeiro já sou antigo freguês


Digo freguês pelo que passou

Faz um bom tempo que cheguei

Apesar de eu estar é muito feliz

Pelo menos durabilidade alcancei


Ainda bato no meu peito

Alegre, cheio de vida, com razão

Vetusto, venusto, seja lá quem for

Bom que cheguei, a Deus só gratidão


Acho até que de vetusto

Tenho muito mal para a despesa

Se consigo pular um palito de fósforo

Nessa idade, meeeeeu fi!!! Que beleza


Como sempre ouvi dizerem

Desde criança, dos sacos às embiras

Ainda pulo é a caixa cheinha e fechada

Se duvidar, posso provar, não é mentira


Antigo é só o meu invólucro

O interior uma mina a fluir constante

Minha estatura é de pessoas normais

Mas, o meu prazer de ser assim, é gigante


Quando lembro minha idade

Que pensando bem, nem é tanta assim

Vejo as duas mãos poderosas do Senhor

Sobrevoando bem lá nos ares, sobre mim


Obrigado meu Senhor, obrigado

Pelo jovem que está dentro desse saco

Que ele fique todo enrugado, puído, feio

E o moço lá dentro, continue esse barato


Coelho

Em 05.05.2017 às 09:48 hs



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