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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

Quando fui dormir sozinho



Quando fui dormir sozinho

O sono e a tranquilidade viajaram

A noite virou um tempo interminável

Não sei, mas os dois me abandonaram


O erro da gente é contar sempre

Nunca me deixaram daquele jeito

Principalmente quando me deitava

Eles já estavam juntinhos no meu leito


Isso quando não vinham me buscar

Parecendo até me carregar nos braços

Na hora que eu mais precisava, fugiram

Velho, perdendo uma noite: é um fracasso


Será que eles também dependem dela

A acompanharam sem preocupar comigo

Ou foi porque eu não quis ir nesta viagem

Que eles resolveram me dar um bom castigo


Ainda bem que aquela noite passou

Não vieram me visitar nem durante o dia

Eu pensava que eles fossem amigos, só meus

Mas são dela, por isso é que juntos, eu dormia


Tanto é que quando ela chegou

Não tive tempo nem da contar o ocorrido

Tombei na cama querendo começar a falar

Que nada sô: fui abrir a boca já tinha dormido


Que calorzinho mais aconchegante

É bom demais e não precisa nem estar frio

Sou um coelho e não consigo latir nem miar

Pra dormir bem assim: se tiver que miar eu mio


Meu fi!!! O negócio não é brinquedo

Quem viveu tantos anos no bom aconchego

Não encontra mais jeito de um viver solitário

Basta experimentar uma noite pra pedir arrego


Até agora meu assunto só foi de dormir

E a riqueza de se ter uma boa companhia

Desde criança eu era bastante entusiasmado

Ser a companhia de uma moça era minha alegria


Minha avó dava aula de bordados

Quando terminava eu ia levar alunas em casa

Ô tarefa maravilhosa, sô! Eu queria tanto cumprir

Que andava qualquer distancia: só faltava criar asa


Coelho

Em 22.07.2018 às 11:08 hs


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