Quase que morri de susto
Quando eu a vi conversando
Com aqueles homens robustos
Falei, será que tá me enganando
Se tiver, estou rascado
Só gosto daquela danada
Eu lá todo ansioso a esperá-la
Ela com dois, numa prosa ferrada
Cruz credo, Deus me livre
Bom que se tratava de irmão
Imagina se fosse o que eu pensei
Ela ia me encontrar caído no chão
Foi uma experiência bizarra
Provou que quem tem, tem medo
O caboclo na atual conjuntura, meu
Pra dançar, basta um estalar de dedo
Quando vou dormir, logo penso
Poderia deixar um olho arregalado
Mas não adianta, aí, é fechar os dois
Se o passarinho quiser, voa do seu lado
Não é porque estão fechados
Pode ser dia claro, e os olhos abertos
Você pensa que isso segura o bichinho
Os quietos é a escolha, mas são espertos
Eu cá, que só deito pra dormir
Passarinho que durma onde quiser
Ele veio por gosto dormir no meu ninho
Tranquilidade: muita fé, venha o que vier
Parece muito convencimento, sô
A audácia, eu me chamar de sortudão
Sendo que esta palavra ainda não existia
Tantos pássaros, e encontrar o do coração
E não foi só uma vez que aconteceu
À vontade, pode chamar-me de gabola
Com uma fauna diversificada como temos
Só pássaros mais valiosos na minha gaiola
Voltando lá bem no comecinho
Aproveitei a ocasião pra fazer história
Vendo aquela cena, tive a ideia de brincar
Ter esse pássaro do meu lado é uma vitória
Como diz um famoso antigo ditado
Deixa a abóbora alastrar ou criar rama
Como eu disse, só deito mesmo pra dormir
Acordo, o bichinho, tá no cantinho da cama
Meeeeeeeeeeeeeeeu Fi!!! Ainda bem, né?
Coelho
Em 08.02.2021 às 11:36 hs
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