Um minuto bem vivido
Vale mais que uma centena
Enquanto um bem estressado
Tadinho do seu dono: que pena
Viverá centenas de dias
Sem descobrir alguma paz
Basta pensar em tranquilidade
Que a impaciência já vem, e zás
Só deixando a reclamação
Que o tempo não dá pra nada
Onde entra a pressa podem crer
A perfeição não foi sequer lembrada
Esse tempo até encurta mais
Parece querer zerar o seu depósito
Apesar de seu tamanho ser o mesmo
A impressão é que é bem de propósito
Quanto mais pressa pior
Mais a galope iremos viver
A ilusão é de não perder tempo
Com isso, o lado bom, vamos perder
São setenta e seis anos e meio
Que levei para chegar até aqui
Não levo setenta e seis segundos
Pra voltar e ver até a casa onde nasci
Imagina eu me apressar agora
Andar bem mais depressa que andei
É botar fora um possível tempo de sobra
De toda temporada que vivi e desperdicei
Nem de modéstia devo usar
Para dizer firme: corra quem quiser
Esse meu passo não pretendo aumentar
Também não quero diminuir enquanto der
Coelho
Em 11.08.2018 às 15:19 hs
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