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Foto do escritorAntonio Coelho Ribeiro

Vinte e nove de julho de 1967


Vinte e nove de julho de 1967

Eu mudava para uma vida a dois

Agora vinte e nove de julho de 2012

Já com quarenta e cinco anos depois


Dá vontade de escrever tudo

Tudo que fala de ausência e solidão

O que já escrevi até hoje, não é pouco

Porém, uma pequena parte do montão


Montão que ainda existe aqui dentro

Não só no coração, em todo o meu ser

Padeço de saudade no meu dia a dia

Nas principais datas, ah! Dói pra valer


Dói, e não há quem possa curar

Dizem que mal de amor, só outro, cura

Acredito sim, porque pra tudo tem jeito

Sendo pelo amor do Deus lá das alturas


Aqui em baixo, é tudo diferente

A vida é boa, só que é muita ilusão

Mas, ai de nós se ela não existisse

Ficaríamos somente deitados no chão


Vou forçando a barra até onde der

Da tal ilusão, estou bem desprovido

Pra ver a realidade e fingir que não

Pesa tanto quanto abafar os gemidos


Não é brincadeira, queridos irmãos

Ter que fazer isso é arriscar explodir

Infelizmente quase não tem outro jeito

Melhor tentar viver assim, que desistir


Não tenho o compromisso de viver

Por isso devo deixar que a vida flua

Ela é o dom maior que Deus me deu

Vivo cada segundo pela misericórdia Sua


Coelho

Em 29.07.2012 às 20:05 hs


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